Sabe como apareceu o protetor solar?

“Ai, finalmente de férias já não podia aturar mais o meu patrão! Deus me perdoe, na verdade eu até gosto dele, mas já só penso no momento em que me liberto de tudo, visto o fato de banho, agarro no meu António e, por fim, vou para a praia. Só de sentir o cheirinho a protetor solar parece que já estou estendida ao sol, a sentir a brisa do mar e a preparar-me para almoçar umas ricas ameijoas na esplanada do Maré Alta.

Isso sim, é que é vida!”

Esta descrição é seguramente familiar a muitos de nós. Já é quase impossível dissociarmos as férias, da praia, e a praia, do protetor solar, certo? Só o simples facto de sentirmos a fragrância de um fotoprotetor, faz com que o nosso cérebro processe imediatamente memórias e imagens da praia, tal é a ligação que fazemos destes dois elementos. 

Mas acha que foi sempre assim? Será que, por exemplo, o cérebro dos nossos avós faz a mesma conexão? Provavelmente não…

Pele Branca e Pele Morena

O protetor solar como o conhecemos hoje – com filtros UV – tão banalizado e companheiro fiel de quase todos os veraneantes é uma invenção relativamente recente. O seu uso generalizado não tem mais de 30 anos. Na verdade, até ao início do século XX, as pessoas protegiam-se do sol.

A pele morena era sinal de baixo estatuto social e a pele pálida e incólume era sinal de beleza e elegância. Esta tendência começou lentamente a mudar no decorrer do século. Segundo os historiadores, terá sido na alta sociedade parisiense que se sentiram os primeiros sinais de transição, ao som, espante-se, do tango argentino! 

Reza a história que comerciantes ricos franceses, negociantes em Buenos Aires, terão ficado deslumbrados com o tango argentino e com as suas graciosas bailarinas de pele morena. Dá-se assim início a uma mudança no paradigma da beleza, onde a pele morena começava a ganhar terreno e a ser considerada um sinal de sensualidade. 

Terá sido Coco Chanel a marcar esta nova tendência de forma definitiva, quando passa a exibir a sua pele bronzeada nas mais altas esferas da sociedade francesa, resultado de inúmeros passeios marítimos que desfrutava com Hugh Grosvenor, Duque de Westminster – seu presumível amante.

Sol e Proteção

Desta forma, ter-se-á transformado o conceito de beleza estabelecido até ao início do século XX – que valorizava a pele branca e pálida – para uma nova tendência, estabelecida em meados dos anos 50, em que uma pele morena seria sinal de saúde e sensualidade.

Ao mesmo tempo, e ainda na sociedade francesa, passou a existir o conceito de férias estivais remuneradas e iniciou-se a corrida às zonas costeiras e às praias criando um conceito de férias e de beleza que ainda hoje está estabelecido. Claro está, que com o aumento da exposição solar, surgiu também a perceção da existência de queimadura solar que, até então, era praticamente desconhecida.

Embora o conceito começasse a estar presente, não eram conhecidos os efeitos nefastos da queimadura solar. Entendia-se que fazia parte do bronzeado e que alguma hidratação seria suficiente para debelar essa questão. A Nivea®, conhecida vulgarmente como o ‘creme da lata azul’, criada em 1911 pela empresa alemã Beiersdorf, foi o primeiro produto publicitado para cuidado e prevenção da pele contra as queimaduras solares, não tendo, contudo, qualquer filtro solar na sua composição. No entanto, e sem outra alternativa, o seu poder de hidratação proporcionava conforto às peles queimadas e a empresa conseguiu assim acompanhar as novas tendências e marcar uma posição no mercado que mantém até hoje.

O aparecimento do Protetor Solar

Na verdade, os primeiros passos do nascimento dos filtros solares como os conhecemos hoje, tiveram início por volta dos anos 30.

Diversas empresas começaram a tentar incorporar em emulsões hidratantes, moléculas que absorviam ou refletiam a radiação solar, protegendo a pele dos seus efeitos adversos.

Duas delas foram bastante revolucionárias na época e conhecem-se até hoje: A Piz Buin® e a Coppertone®.

Quando falamos em Piz Buin®, na nossa cabeça surge automaticamente a imagem de praia, sol e mar, mas na verdade esta marca teve origem nos alpes, mais concretamente na montanha Austríaca denominada Piz Buin. Franz Greiter, um estudante austríaco de química, sofreu, em 1938, uma grave queimadura solar durante uma caminhada por esta região e esse episódio foi o mote para desenvolver um dos primeiros fotoprotetores do mundo, comercializado pela sua própria empresa e lançado em 1946 com o nome Piz Buin® Glacier Cream. 

Esta marca ainda hoje goza de merecida reputação. Foi uma das primeiras a aplicar o sistema de FPS nos seus produtos, introduzindo filtros UVA e UVB durante a década de 70, e a primeira a lançar em 1975 o primeiro fotoprotetor “water resistant”, quando nem existia o conceito.

Já a Coppertone® nasce do outro lado do oceano, nos EUA, graças aos esforços de um militar/farmacêutico chamado Benjamin Green. Este militar desenvolveu um produto, com base em vaselina, onde incorporou partículas refletoras do sol, para se proteger a si e aos seus colegas, que se encontravam destacados no pacifico sul, durante a segunda guerra mundial. Este produto, que atuava como barreira entre a pele e o sol denominava-se “Red Petrolatum” e era bastante pastoso e desagradável. No final da guerra, e aproveitando a tendência das peles bronzeadas, o sr. Green melhorou a fórmula juntando-lhe manteiga de cacau e óleo de coco, criando assim um produto muito mais apetecível e que deixaria a pele bronzeada, com um tom acobreado. Por esta razão deu-lhe o nome de Coppertone (tom de cobre) e lançou no mercado, aquele que viria a ser, um dos maiores sucessos em produtos solares que até hoje se conhece.

O esforço de estas e de outras marcas culminaram hoje numa vasta gama de filtros solares disponíveis e um leque sem fim de cremes solares de todos os tipos, mas nem sempre foi assim. Estes produtos hoje tem uma legislação própria, baseiam-se num sistema internacional de FPS – Fator de Proteção Solar – que permite comparar e garantir a sua eficácia. São ainda testados em empresas especificas, alheias às marcas, para garantir que o FPS reivindicado é correspondente ao real antes de serem comercializados.

A sociedade de hoje está preparada para desfrutar do sol, de forma consciente, e deve fazê-lo sempre nas horas de menor perigo de exposição e com o protetor solar sempre à mão!

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